O Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) recebeu entre a sexta-feira (24/7) e o sábado (25), o curso prático sobre técnicas de suturas endoscópicas para procedimentos laparoscópicos avançados – com a utilização de simuladores e exercícios em tecido animal e/ou modelos sintéticos. O treinamento é promovido pelo Centro de Especialidades Médicas Tancredo Neves (Caetan), de Endo Suturas, em parceria com a Johnson & Johnson e coordenado pela GJO, em Montes Claros.
O executivo de contas da empresa, Daniel Veloso, explica que o curso é dividido em quatro sessões para 32 médicos-professores e residentes, com aulas práticas e teóricas. “Apresentamos os produtos utilizados nas cirurgias, além de ofertar novas tecnologias de mercado”, afirma.
O curso é gratuito e ministrado pelo médico cirurgião geral Pedro Romanelli, urologista e especialista em laparoscópica nos EUA e França. Ele também é coordenador médico do Hospital Madre Tereza, de Belo Horizonte, e do Hospital Albert Einstein, no campo da cirurgia robótica, de São Paulo.
INCISÕES PEQUENAS
“A cirurgia videolaparoscópica é realizada através incisões muito pequenas, de 5 e de 10 milímetros, ao invés dos grandes cortes realizados nas cirurgias convencionais. São utilizadas câmeras microscópicas introduzidas por pequenas aberturas, facilitando e ampliando a visão do cirurgião, permitindo assim uma cirurgia mais precisa.
Para o especialista, a cirurgia laparoscópica oferece diversas vantagens, como a redução da intensidade da dor durante o pós-operatório, além do menor sangramento e o menor risco de infecção. Além disso, a cicatrização é mais eficiente, assim como a estética. Segundo ele, o paciente fica menos tempo no hospital e o retorno às atividades é bem mais rápido. Hoje, são feitas as cirurgias de Prostatectomia Laparoscópica, Nefrectomia Parcial Laparoscópica, Pieloplastia Laparoscópica e Cálculos Renais e Ureterais.
Romanelli explica, ainda, que as novidades na área chegam a todo o momento, o que tem contado com a ajuda de robôs para sanar doenças diversas. “É bom que fique claro que a cirurgia continua sendo realizada pelo médico e o robô apenas reproduz os movimentos desse cirurgião em um console afastado da mesa cirúrgica. É necessário que outro cirurgião esteja ao lado do paciente para eventuais ajustes no robô”.
Para o médico cirurgião Samir Almeida Borges, o curso é importante porque fomenta as cirurgias videolaparoscópica em Montes Claros. A cidade, segundo ele, já tem um grande número de profissionais na área na realização de cirurgias eletivas.
“Em 2011, por exemplo, fizemos a primeira videolaparoscópica bariátrica. Mas são feitas intervenções em tratamentos de câncer de esôfago e vesícula. No HUCF, há equipamentos de altíssima qualidade e caminhamos para a excelência dos procedimentos realizados. Treinamentos são importantes que dão subsídios aos médicos”, descreve.