“O reconhecimento ao profissional e ao cidadão é sempre importante, como motivação e desafio para a busca por novos compromissos, novas realizações e novas conquistas. Todos nós precisamos de incentivo para continuar acreditando que o nosso trabalho tem o poder transformador, especialmente na educação de pessoas”. As palavras são do vice-reitor da Universidade Estadual de Montes Claros, professor Antonio Alvimar Souza, um dos agraciados pelo Governo de Minas Gerais com a entrega da Medalha dos Gerais.
A comenda foi entregue nessa quinta-feira (8/12), em solenidade oficial do Governo de Minas Gerais, realizada em Matias Cardoso, extremo norte do Estado. O governador Fernando Pimentel presidiu a solenidade, que contou com a presença do bispo diocesano de Janaúba, Dom Ricardo Guerrino Brusati, de secretários e deputados estaduais, prefeitos da região Norte de Minas, e representantes municipais.
Nesta data, em comemoração ao Dia dos Gerais, a capital do Estado é simbolicamente transferida para o município do Norte de Minas, historicamente reconhecido como o primeiro povoado do Estado – a partir de um minucioso estudo do professor João Batista de Almeida Costa, da Unimontes.
Dos 18 agraciados, onze estiveram presentes para receber a comenda Medalha Maria da Cruz (cinco mulheres) e Medalha Matias Cardoso (seis homens). Primeiro chefe de Estado a comparecer à solenidade desde a institucionalização da medalha em 2011, o governador Fernando Pimentel destacou a importância de se compartilhar valores e, diante da atual realidade, em se inspirar nos exemplos históricos dos mineiros nascidos nas Gerais, que compreende a porção Norte do Estado.
“Ser formadora de pessoas dá à Universidade uma grande parcela na responsabilidade para promover o desenvolvimento regional. Soma-se ao Estado na busca pela excelência e, por isso, acreditamos no fortalecimento da instituição junto ao Governo para este alinhamento pleno”, acrescenta o vice-reitor Antonio Alvimar.
UMA MEDALHA PARA MATIAS
Um dos momentos mais emocionantes na solenidade à dona Crispiana Barbosa Lima, que aos 92 anos subiu ao palco para receber a medalha Maria da Cruz. Descendente direta de escravos, ela chegou a Matias Cardoso com apenas um ano de idade, vinda da comunidade de Barreiro, próxima dali. Em 1952, tornou-se parteira. “Meu primeiro parto foi de uma menina, que hoje não mora mais aqui”. Segundo a própria Crispina, que têm tataranetos, são exatos 2.014 partos desde então. “Fiz o parto até das minhas filhas”, lembra a mãe de oito filhos; todos vivos. A celebração pela homenagem à cidadã quase centenária teve também um momento de resgate à tradição quilombola. Com tambores e roupas coloridas, dançaram o Samba ainda no palco, no qual as mulheres mais novas levaram a homenageada ao centro de uma roda para reverências.