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Marco da produção artesanal norte-mineira, Museu da Cachaça é inaugurado em Salinas

By DTI

December 21, 2012

Um convite para o conhecimento da história e do modo artesanal, eficiente e genuinamente norte-mineiro de se produzir cachaça artesanal. Este é o propósito do Museu da Cachaça,  inaugurado em Salinas (Norte de Minas), nessa quinta-feira (20/12). A solenidade de inauguração contou com as presenças do vice-governador Alberto Pinto Coelho, da secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras; do reitor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), João dos Reis Canela; e do prefeito José Antonio Prates, além de deputados federais e estaduais e outras autoridades.

O museu é o primeiro do Brasil destinado à valorização cultural e histórica da bebida produzida de forma artesanal. A sua implantação envolveu investimentos da ordem de R$ 4,5 milhões, sendo fruto da parceria entre o Governo de Minas,  através da Secretaria de Estado de Cultura, e a prefeitura de Salinas. Conta também com a participação da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que, inicialmente, será responsável pela administração do espaço cultural, por intermédio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Superior do Norte de Minas(Fadenor), juntamente com a Pró-Reitoria de Extensão.

A inauguração marcou a comemoração do centenário do produtor Anísio Santiago, falecido em 22 de dezembro 2001, criador da marca “Havana”, a cachaça  mais famosa do Brasil, produzida desde 1946. Com a presença de filhos e parentes de Anísio Santiago, ocorreu o lançamento pelos Correios de selo personalizado, em comemoração ao centenário do produtor.

A obra vai gerar 20 empregos diretos e outros 100 empregos indiretos.  O “templo da cachaça” leva o nome do ex-deputado Aécio Ferreira Cunha (1927-2010), pai do senador Aécio Neves, que deu início ao projeto, em 2006.

Atrativos em mais de 13 mil m2

O espaço, que servirá para difundir a cultura regional e alavancar o turismo de negócios, totaliza 13.120 metros quadrados. O visitante tem a possibilidade de realizar uma verdadeira viagem pelo processo de produção artesanal da bebida destilada, percorrendo salas que contam com fotos, garrafas, rótulos, ferramentas, dornas, engenhos, alambiques e tachos. No local, pode ser encontrado até amostra do solo ideal para a produção de cana. Além disso, dispõe de três salas de projeção de filmes e documentários sobre o tema.

Entre os atrativos estão: Sala dos Canaviais, Sala das Garrafas, Sala do Engenho, Sala do Moinho, Sala do Aroma, Sala Multiuso, Sala de Terra Batida, Sala de Depoimentos. Uma das novidades é a implantação do ‘Núcleo de Imagem Projetada’ (NIP), que pretende ser um local de introdução da tecnologia digital para jovens e adultos. O projeto é de autoria da arquiteta Jô Vasconcelos e está distribuído em nove momentos

Marco histórico

O vice-governador Alberto Pinto Coelho cumprimentou os produtores da região pela excelência na produção da aguardente e ressaltou que o museu representa um marco histórico no desenvolvimento da bebida artesanal do Norte de Minas. 

“A qualidade da produção da cachaça leva o nome de Minas para fora do Brasil. O museu me surpreendeu muito pelo conteúdo da história da cachaça e da dimensão do empreendimento, que também será um centro de convivência e educacional. É algo que representa muito para o desenvolvimento da região”, afirmou o vice-governador.

Lembrando o pioneirismo de Anísio Santiago, o prefeito de Salinas, José Antônio Prates,  destacou a importância cultural do empreendimento e enalteceu o apoio da Universidade Estadual de Montes Claros. “Aqui não será o museu do vício, mas da cultura e da identidade cultural de nossa gente. Agradeço a Unimontes, na pessoa do professor João dos Reis Canela, que veio para ficar. Firmamos um compromisso com a região no passado e ainda hoje a Universidade honra essa parceria. O museu é, portanto, um reconhecimento da identidade do povo de Salinas”, disse  o prefeito, emocionado.

Presença da Unimontes

 A meta é que no museu sejam promovidas ações educativas para estudantes  e para a comunidade em geral sobre o consumo responsável da bebida, bem como os processos de produção e de comercialização do produto. O reitor João dos Reis Canela confirmou a atuação da Universidade na administração do museu e destacou a importância da parceria com a instituição para ampliar o conhecimento sobre a produção da cachaça como um bem patrimonial do Estado.

“O museu vai valorizar ainda mais cultura regional. É um orgulho não só para o povo norte-mineiro, mas para todos que valorizam a identidade e conhecimento da terra”, completa a acadêmica do curso de Ciências Contábeis do Campus Salinas, Vânia Lúcia Alves de Souza.

Rota para turismo – Para o presidente da Associação dos Produtores  Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs), Nivaldo Gonçalves das Neves, a inauguração do museu é um fato histórico para a região. 

“Tudo isso é fruto de um planejamento que contemplará um roteiro turístico, visitas às propriedades produtoras de cachaça e a implementação de hospedagens nas fazendas. Nosso objetivo é popularizar o conhecimento sobre a bebida, a partir da promoção de cursos, bem como o aprofundamento da parceria com a Unimontes, que será responsável pela gestão do museu”, completa.

Salinas conta com mais de 50 marcas de aguardente. De acordo com a Apacs, a microrregião  possui cerca de 30 produtores, responsáveis pela fabricação de 5 milhões litros/ano e a geração de 2 mil empregos diretos. 

 

 

SERVIÇO

O Museu da Cachaça funcionará de quarta-feira a domingo, de 9h às 19h, no bairro Casa Blanca, com entrada gratuita.

Museu em números

Terreno de 13.120m²

2.200m² de área construída

1.250m² de área expositiva

 2.500m² de espaço de convivência

950m² de espaços administrativos