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Mais de trinta empresas participam do Dia D de inclusão de deficientes no mercado de trabalho

By DTI

September 28, 2015

Ronaldo Fialho é proprietário de uma empresa de vigilância em Montes Claros. Mesmo com aproximadamente 210 vagas diretas de emprego, não consegue preencher os sete postos que, por lei, devem ser reservados às pessoas com deficiência. A dificuldade, segundo ele, é encontrar interessados em trabalhar, embora ele tenha contato permanente com as instituições que possuem cadastros de deficientes que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho.

Situações assim ainda são comuns em Montes Claros. Para minimizá-las e potencializar as possibilidades de exercício profissional para quem tem deficiência, o campus da Universidade Estadual de Montes Claros sediou, na última sexta-feira (25/9), o evento local pelo Dia de Inclusão Social e Profissional das Pessoas com Deficiência.

A ação conjunta envolveu o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e da Subsecretaria de Trabalho e Emprego, Núcleo de Sociedade Inclusiva da Unimontes (NuSi), Associação das Pessoas com Deficiência de Montes Claros (Ademoc) e entidades classistas como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sesi/Senat, Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI) e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional Norte.

“Uma coisa é certa: há vagas e há pessoas interessadas em ocupá-las. É preciso identificar demandas e provocar parcerias, numa ação continuada. Diria que esta primeira intervenção (Dia D) faz parte de uma campanha de conscientização e, ao mesmo tempo, de alerta e alinhamento para a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, explica a socióloga e coordenadora do Sistema Nacional de Emprego (Sine), em Montes Claros, Isa Dias.

ATUALIZAÇÕES

Ao longo do dia, representantes de 33 empresas dos mais diversos segmentos vieram à Universidade para tirar dúvidas e saber mais sobre a legislação específica para a contratação de pessoas com deficiência. Todos os visitantes cumpriram um cadastro, disponibilizando informações sobre o quantitativo de vagas especiais, perfil funcional e faixa salarial disponíveis. E ao longo dos próximos meses, estes locais receberão visitas da equipe do Sine e da Sedese para constatação dos pontos de acessibilidade e, por fim, a atualização dos cadastros de vagas para pessoas com deficiência.

Viviane Leal é assistente da diretoria de uma indústria de equipamentos de medição de água em Montes Claros e reconhece que a empresa tem dificuldade para fechamento das vagas especiais. “A legislação determina oito vagas, mas ainda temos três em aberto. Temos vagas técnicas de ajudantes de produção, com treinamento específico oferecido pela própria empresa, mas ainda não encontramos interessados”. Segundo ela, a indústria precisou buscar interessados até mesmo num site especializado, mas também sem sucesso.

Analista no departamento pessoal de uma construtora, Adriana de Andrade também esteve no Dia D para saber mais detalhes. Ela explica que, justamente pela natureza da empresa, o quadro funcional às vezes não registra o número mínimo de funcionários para ter uma cota de vagas especiais. “A melhor maneira é mesmo buscar orientação”, analisa.

Uma dúvida recorrente entre as pessoas com deficiência que pleiteiam uma colocação no mercado de trabalho está ligada à possibilidade de perda do Benefício de Prestação Continuada (BPC). “A gente reconhece que há dificuldade tanto para a empresa como para o deficiente que busca uma colocação no mercado de trabalho. E há mecanismos que podem ajudar ambos, sanar dúvidas e derrubar mitos. Sempre que possível, vamos fomentar esta discussão”, pontua o professor Carlos Alberto Siqueira Alexandre, um dos coordenadores do NuSI Unimontes.