O Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) divulga uma pesquisa sobre a variação de preços nos meses de outubro e novembro deste ano. Em ambos os meses, houve aumento da inflação na cidade. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de outubro foi de 0,49%, um pouco acima dos 0,45% registrados em setembro. Isso resultou em um aumento acumulado de 5,74% no ano e 6,81% nos últimos 12 meses. Em novembro, o custo de vida subiu mais, chegando a 1,10%, com um acumulado de 6,90% no ano e 7,63% nos últimos 12 meses.
GRUPOS DO IPC MOC
Em outubro, o Grupo Alimentação, que representa a maior parte do orçamento das famílias, teve um aumento de 1,25%, o que contribuiu com 0,37% para o índice final. Entre os produtos industrializados, o preço do óleo de soja subiu 8,37%, o queijo prato 3,98%, e o café 2,62%. Por outro lado, alguns produtos ficaram mais baratos, como a farinha de trigo, que caiu 2,11%, e a mortadela, que teve queda de 1,63%.
Entre as frutas e verduras, considerados produtos in natura, os maiores aumentos foram na laranja (37,21%), couve-flor (20,77%) e melancia (13,48%). Já a banana prata (-13,62%) e o abacaxi (-11,99%), por exemplo, ficaram mais baratos.
Em novembro, o Grupo Alimentação teve um aumento mais significativo de 3,33%, contribuindo com 0,98% para o índice. O óleo de soja aumentou 12,55%, a almôndega subiu 10,87%, e o pão de queijo ficou 8,34% mais caro. Por outro lado, tornaram-se mais acessíveis o molho de pimenta, com queda de -3,5%; leite em pó, -2,5%; tempero industrial, caldos e farinha de trigo, os três com -2,10%, e creme de leite, -1,5%.
Dentre as frutas e verduras que subiram de preço, estão o abacate (79,33%), a mexerica (25,24%) e o morango (16,71%). Já a manga teve uma grande queda de 22,80% e a melancia, de 19,10%.
O Grupo Habitação também registrou aumentos, mas houve uma desaceleração de outubro para novembro. Em outubro, subiu 0,99%, enquanto em novembro foi 0,60%, com contribuições para o resultado final do índice de 0,21% e 0,13%, respectivamente.
O Grupo Artigos de Residência e Serviços Domésticos registrou, em outubro, variação positiva de 0,43% e contribuição de 0,03% para o resultado final do índice; contra variação negativa de -0,50% e contribuição de -0,03% para o resultado final do índice durante o mês de novembro.
O Grupo Saúde e Cuidados Pessoais, com peso de 9.7400, apresentou, em outubro, variação negativa de -1,09% e contribuição -0,11% para o resultado final do índice; e, em novembro, variação positiva de 0,92%, com contribuição de 0,09% para o resultado final.
O Grupo Transportes e Comunicação teve uma variação de 0,09% em outubro, enquanto em novembro a variação foi de 0,88%. Por outro lado, o Grupo Vestuário apresentou uma variação de 0,01% em outubro, sem impacto, mas em novembro teve uma queda de 4,46%. Já o Grupo Educação e Despesas Pessoais registrou uma queda de 0,31% em outubro, mas em novembro houve um aumento de 0,39%.
CESTA BÁSICA
O preço dos 13 produtos da cesta básica em Montes Claros subiu 2,63% em outubro, após uma queda de 2,97% no mês anterior, com acumulado de 3,80% no ano. Em novembro, houve aumento de 1,27%, com acumulado de 5,12% no ano e 7,47% nos últimos 12 meses.
Isso significa que o trabalhador local precisou gastar 38,12% do seu salário mínimo de R$ 1.412,00 para comprar a cesta básica em outubro, o que equivale a R$ 538,32. Em novembro, o valor subiu para R$ 545,17, representando 38,61% do salário, deixando apenas R$ 866,83 para outras despesas.
O QUE É O IPC MOC
O IPC Moc, segundo consta nos relatórios, é o indicador da evolução do custo de vida das famílias montes-clarenses. O cálculo é feito desde 1982 para medir a variação de preços de um conjunto fixo de bens e serviços, componentes de despesas habituais de famílias de nível de renda entre um e seis salários mínimos mensais. “A proposta é medir, ao longo do tempo, o nível geral de um conjunto de produtos,bens ou serviços no varejo, ou seja, da forma como eles chegaram ao consumidor final, eserve de referência para avaliação do poder de compra da população”, informa o Departamento de Economia.
A metodologia de cálculo é a comparação dos preços médios do mês atual com os preços médios do mês anterior. Os preços são pesquisados por uma equipe de seis coletadores, todos acadêmicos do curso de economia da Unimontes. Eles visitam 400 estabelecimentos varejistas, distribuídos nos diversos bairros da cidade. O início da coleta de preços ocorre todo primeiro dia útil do mês.