Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

IPC da Unimontes é referência sobre o custo de vida em Montes Claros

– Estudo vai além do índice de inflação e atende pesquisas da Universidade e de associações e indústrias –

Segundo a professora Vânia Vilas Boas, números da inflação em Montes Claros seguem média nacional (Ascom)

A avaliação do custo de vida no município é um dos objetos permanentes de estudo da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), através do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), vinculado ao departamento de Ciências Econômicas. Dentre os diversos estudos desenvolvidos pela instituição está o percentual de inflação ou deflação, com base na coleta de informações de cerca de cinco mil produtos, bens e serviços em 280 estabelecimentos do comércio local; todos os meses.

O IPC/Unimontes abrange a faixa de renda familiar entre um e seis salários mínimos. A metodologia de cálculo é a comparação dos preços médios do mês atual com os preços do mês anterior a partir da evolução dos valores de um conjunto de produtos, bens ou serviços no varejo. Ou seja, da forma como chegaram ao consumidor final.

Na avaliação são considerados os grupos Alimentação, Vestuário, Habitação, Artigo de Residência, Transporte/Comunicação, Saúde/Cuidados Pessoais e Educação/Despesas Pessoais. Os trabalhos são desenvolvidos pela professora Vânia Vilas Boas Vieira Lopes, coordenadora geral do IPC; uma servidora técnica-administrativa da área de Economia e quatro acadêmicos do curso de Ciências Econômicas.

“Vale ressaltar que há pesos distintos de cada grupo até se chegar ao cálculo final, uma vez que não têm a mesma representatividade no orçamento mensal das famílias”, observa a professora Vânia Vilas Boas. Ela cita como exemplo o grupo Alimentação, que tem influência direta em 35,1% do orçamento mensal da família montes-clarense. “Por isso é o principal componente responsável pela variação de índice”, completou.

NÚMEROS

Em janeiro de 2011, o índice de inflação registrado em Montes Claros foi de 0,78%, bem parecido ao da média nacional (0,76%), medida nas principais regiões metropolitanas. “Essa aproximação com a média nacional comprova que os hábitos do montes-clarense e os valores dos produtos e serviços apresentam variações muito próximas”, acrescenta a coordenadora do IPC/Unimontes. Além dos gêneros alimentícios, uma dos grupos de maior interferência foi o de Educação, com as altas de preços das matrículas, mensalidades e materiais escolares.

Já o acumulado em 2010 atingiu 8,14%, sendo o grupo Alimentação o responsável maior pelo índice (6,41%). Nos dois anos anteriores, os percentuais foram de 5,21% (2009) e 23,87% (2008). “A queda da safra agrícola foi um dos agravantes para um índice tão considerável na inflação de 2008”, justifica a pesquisadora.

EFEITO MULTIPLICADOR

Os números levantados pelo IPC/Unimontes não ficam restritos apenas à divulgação mensal da inflação – quando o índice é positivo – ou deflação – quando é negativo. “O índice e suas variações têm sido utilizados nas atividades acadêmicas de ensino e de pesquisa e, ao mesmo tempo, atende, por exemplo, às demandas de sindicatos como o de Transportes e o da Construção Civil, assim como a das indústrias que oferecem cestas básicas aos seus funcionários e utilizam nossos números como base para levantamento de custos”, finaliza a pesquisadora.

O acadêmico que atua como estagiário no IPC/Unimontes deve estar matriculado entre o 2º e 8º períodos, além de passar por cursos de metodologia de pesquisa, transcrição de dados e estatística. Ainda sobre o serviço, a Universidade realiza palestras educativas nas escolas sobre custo de vida em Montes Claros.