Estudo revelará números da inserção das mulheres da zona rural de Montes Claros no Ponaf - e como elas produzem (foto: divulgação)

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Inserção feminina no Pronaf é tema de pesquisa da Unimontes

By DTI

January 11, 2013

A avaliação do envolvimento das mulheres no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é o objeto de pesquisa que será realizada pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), com início neste semestre e duração de dois anos. O estudo também vai verificar o percentual de beneficiárias do programa que são chefes de família e outros aspectos como a renda das trabalhadoras do campo e o acesso às políticas públicas.

Intitulada “O Empoderamento da Mulher Através do Trabalho na Agricultura Familiar e do Acesso ao Pronaf”, a pesquisa foi aprovada no âmbito do “Programa Especial de Inclusão Social: Igualdade e Cidadania”, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do CNPq, com financiamento da ordem de R$ 45, 8 mil. Os trabalhos são coordenados pelas professoras Ana Ilvânia Alves Fonseca (Departamento de Geociências) e Genilda do Rosário Alves (Departamento de Estágios e Práticas Escolares).

A professora Ana Ilvânia Alves observa que, durante muito tempo, a política de crédito rural no Brasil foi destinada predominantemente aos grandes produtores e à agricultura empresarial (agronegócio). “É relativamente recente a inclusão de agricultores familiares e, em especial, das mulheres; algo em torno de oito anos”, disse a pesquisadora, destacando a importância do Pronaf nesse processo de mudança no campo.

“A demanda feminina pelos direitos ao acesso às políticas públicas surgiu como justificativa da sua situação de invisibilidade de trabalho; uma conseqüência da cultura patriarcal”, afirma Ana Ilvânia. “O estudo será determinante para a maior visibilidade acerca do tema”, completa.

A PESQUISA

Três professores e cinco alunos de graduação e pós-graduação ligados ao Núcleo de Estudos e Pesquisas em Geografia Rural (Nepger) estarão envolvidos nos trabalhos, a começar pela pesquisa direta e análise dos cadastros na Associação e nos Sindicato de Trabalhadores Rurais. Serão priorizadas as informações sobre as agricultoras familiares que tiveram acesso ao Pronaf nos últimos cinco anos.

“Nem todas as mulheres são chefes de família, mas este aspecto, com precisão, só será avaliado com o desenvolvimento dos estudos”, explica a pesquisadora. A metodologia será de revisão bibliográfica e a pesquisa de campo – qualitativa e quantitativa.

Os relatórios periódicos do estudo serão transformados em artigos científicos, como sugestão aos diversos órgãos de fomento à formulação de novas políticas públicas para o crédito rural. “Como conseqüência, esperamos que a pesquisa contemple também a valorização do conhecimento e do trabalho das mulheres que participam dos sistemas de produção. Isso faz parte do processo de fortalecimento da identidade territorial”, pontuou a pesquisadora.