Uma das principais referências nacionais no estudo afro-religioso no ambiente acadêmico, o professor, psicólogo e cientista Guaraci Maximiano dos Santos, da PUC-Minas, elogiou a atuação da Unimontes no papel que assume “de legitimar o saber em um espaço de diversidades”.
Ele foi um dos convidados para a realização de três eventos associados ao movimento negro da Universidade, nessa quinta-feira (7/11), como parte da programação do 13º Fórum de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão (FEPEG). As atividades foram organizadas pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), pelo Programa de Educação Tutorial em Ciências da Religião (PETCRE) e pela organização pró-movimento negro estudantil da Unimontes.
“Diante de tantas intolerâncias religiosas e com o racismo configurado de diversas formas, é preciso ter estas possibilidades de se manifestar e de alcançar o respeito. E isto a Unimontes faz isto muito bem”, completou o estudioso, que esteve no I Encontro da Juventude Negra, na Marcha Universitária contra o Racismo e a Intolerância Religiosa e no lançamento de “Trilhas Descoloniais” – vídeos sobre cantigas de Umbanda.
O propósito dos três eventos foi de discutir como as ações afirmativas adotadas pela Universidade podem ajudar na melhor convivência, no respeito à diversidade e manifestações culturais e na redução do índice de evasão dos alunos negros.
Representando a coordenação, a pró-reitora adjunta de Extensão, Zilmar Cardoso, fez a abertura do I Encontro da Juventude Negra. Na oportunidade, foram apresentados depoimentos de acadêmicos e egressos sobre alguns pontos que ainda impedem a melhor convivência pela diversidade cultural. A professora Maria Jacy Maia Velloso, do Departamento de Métodos e Técnicas Educacionais da Unimontes, divulgou um estudo sobre o perfil das pessoas que abandonam os cursos de Licenciatura após a adoção do SiSU pela Universidade e há uma parcela considerável de estudantes que foram aprovados pelo sistema de reserva de vagas para afrodescendentes.
Renato Antônio Amaral Oliveira sugeriu que a Marcha contra o Racismo e a Intolerância seja permanente, “para propagar o respeito junto à sociedade e valorizar a cultura de uma região influenciada pelas mais diversas crenças”. Adepto ao candomblé há 18 anos, ele entende que a Unimontes, com o curso de Ciências da Religião e os diversos trabalhos associados, “assume a missão dar voz a todas as religiões”.