Pesquisador André Luiz Sena Guimarães realiza estudo sobre associação de doenças bucais ao câncer (foto: divulgação)

Conteúdo do Site Antigo

Fapemig contempla estudo da Unimontes sobre doenças bucais com possível associação ao câncer

By DTI

July 12, 2012

Um projeto na área de câncer bucal desenvolvida pelo professor André Luiz Sena Guimarães, do curso de Odontologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), está entre os estudos contemplados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) no âmbito do Programa Pesquisador Mineiro (PPM) – sexta edição. Em seu total, o edital beneficia 192 pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa com recursos da ordem de R$ 8 milhões para o desenvolvimento de projetos de pesquisa.

O trabalho científico da Unimontes analisa as “variantes polimórficas G1790A e C1772T do gene HIF-1 α e da imunolocalização das proteínas VEGFR2 e MMP9 em amostras de líquen plano e Leucoplasia bucal”. O valor aprovado para a pesquisa é de R$ 48 mil. O projeto tem como objetivo observar se a variação no gene HIF pode também aumentar a angiogênese em lesões com potencial de malignização e, consequentemente, favorecer o aparecimento do câncer.

“O câncer de boca é um termo genérico para várias doenças neoplásicas malignas que acometem a boca. O principal tipo é o carcinoma de células escamosas, que apresenta altas taxas de mortalidade no Brasil”, explica o professor André Luiz Sena Guimarães, que destaca que estudos genéticos são de suma importância “para identificar variações do genoma humano e compará-las com características das doenças.

“Recentemente, nosso grupo demonstrou que uma variação em um gene que se Chama HIF facilita a metástase (“dispersão” do câncer) através da formação de vasos sanguíneos e também aumenta o risco de morte. Porém, neste trabalho, foram avaliados pacientes que já tinham câncer e que poderiam desenvolver a metástase”, relatou o pesquisador.

O pesquisador com o estudo contemplado pela Fapemig enfatizou ainda que, geralmente, antes do câncer se desenvolver aparecem as lesões com potencial de malignização. A principal lesão se chama Leucoplasia – uma mancha branca na boca que não se solta facilmente. A outra é o Líquen Plano – “existe uma grande polêmica se esta lesão se transforma em câncer de fato”, acrescenta o professor André Luiz.

“Nem toda lesão com potencial de malignização se transforma em câncer; a taxa de transformação varia de 0.13 a 2.2% ao ano e ainda não existe nenhum exame que mostre qual lesão se transformará em câncer”, finalizou.

FASE DA PESQUISA

O estudo produzido pela Unimontes agora está direcionado em analisar quais proteínas se associam à angiogênese tumoral (formação de novos vasos sanguíneos que desenvolvem na periferia dos tumores) para tentar descobrir novos possíveis agentes terapêuticos moleculares para o câncer bucal. “Essas biomoléculas podem impedir a formação de uma proteína e, consequentemente, a ação da mesma. Porém, fazer com que o microRNA terapêutico atue somente nas células cancerosas ainda se encontra em um caminho com inúmeros pontos a serem esclarecidos”, esclareceu o professor.

O trabalho de pesquisa é coordenado pelo professor André Luiz e conta com o apoio de outros professores da Universidade Estadual de Montes Claros, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do Max Delbruck Center For Molecular Medicine (MDC), de Berlim (Alemanha) e da Midwestern State University, na cidade de Wichita Falls/Texas (EUA), respectivamente, os professores Alfredo Mauricio Batista de Paula, os pós-doutorados Luciano Marques da Silva e Lucyana Conceição Farias, Ricardo Santiago Gomez e Sérgio Henrique Souza Santos, Michael Bader e Bruno Correia Jham.