Para abordar temas relacionados às pinturas rupestres no Norte de Minas, o professor Shigueo Watanabe, da Universidade de São Paulo (USP) e presidente honorário da Sociedade Brasileira de Pesquisadores Nikkeis, visitou o campus-sede da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) nesta quarta-feira (13/11). Na oportunidade, proferiu a palestra “Datações por Termoluminescência e Espectroscopia de Calcitas formadas sobre pinturas rupestres: evidências dos primeiros habitantes do Brasil”, no auditório Mário Ribeiro da Silveira (prédio 6 do campus-sede).
O evento foi organizado pelo departamento de Engenharia Civil, contando com a participação de acadêmicos das áreas de Engenharia Civil, História, Geografia e Física, dentre outras.
O professor Álvaro Barbosa de Carvalho Júnior, pós-doutor em Tecnologias Energéticas, do curso de Engenharia Civil da Unimontes e organizador da palestra, destacou a importância da abordagem para futuros profissionais de engenharia e de outras áreas. Ele lembrou que o professor Shigueo Watanabe integra o corpo docente da Universidade de São Paulo (USP) e é considerado um dos maiores especialistas sobre pinturas rupestres no mundo.
Além de fazer demonstração sobre os procedimentos para o levantamento dos períodos (datação) das pinturas rupestres, o palestrante revelou o potencial existente no Norte de Minas Gerais e a importância da preservação das pinturas rupestres e dos sítios arqueológicos, que são registros sobre os primeiros habitantes do Brasil. Na região norte-mineira, pontuou, existem importantes vestígios sobre a presença do homem pré-histórico, com destaque para os sítios arqueológicos e inscrições rupestres das cavernas e grutas do Parque da Lapa Grande (Montes Claros), do Vale do Peruaçu (entre Januária e Itacarambi) e do município de Botumirim.
Shigueo Watanabe atuou como orientador em 38 dissertações de mestrado e 40 teses de doutorado. Foi chefe do departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras e do departamento de Física Nuclear do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Também foi conselheiro do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Sociedade Brasileira de Física, do Conselho de Curadores da Universidade Federal de São Carlos e do Conselho de Curadores da Fundação Adib Jatene, do Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese.
O especialista foi condecorado pelo Imperador do Japão, em 1988, com a comenda Zuishosko Kunsanto (em Terceiro Grau), que é a mais alta condecoração concedida por aquele País a estrangeiros, pelo grande esforço e colaboração para o desenvolvimento das relações culturais e científicas entre Brasil e Japão. Recebeu também títulos honoríficos da J.S. Guggenheim Foundation – EUA, em 1966; e do Nuclear Energy Fórum, Japão, 1993. Foi ainda homenageado com a Ordem Nacional de Mérito Educativo, Grau de Grande Mestre, em 2002.