Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Encontro da Rede Nova Cartografia Social debate impactos de grandes empreendimentos em comunidades tradicionais e ecossistemas

Encontro da Rede Nova Cartografia Social debate impactos de grandes empreendimentos em comunidades tradicionais e ecossistemas

A Rede de grupos de pesquisa do Projeto Nova Cartografia Social – PNCS, ligados a universidades públicas da Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Amazonas e Pará, voltam a debater temas e situações de pesquisa em uma perspectiva de rede, em evento realizado entre os dias 19 e 22/09/23, no Centro de Artes, Humanidades e Letras – CAHL da UFRB, em Cachoeira/BA.

O evento foi organizado pelos grupos de pesquisa: Núcleo de Estudos em Agroecologia e Nova Cartografia Social (UFRB), o Grupo de Pesquisa em Ecologia Humana (GPEHA/UNEB); o Laboratório de Estudos sobre Ação Coletiva e Cultura (LACC/UPE), o Grupo de Pesquisa Etnologia, Tradição, Ambiente e Pesca Artesanal (ETAPA/UFRN), o Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (NIISA/UNIMONTES), e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (UFES). Os grupos passaram a se reestruturar em um contexto mais amplo de construção de conhecimentos, incorporando pesquisadores indígenas, quilombolas, pescadores, de fundos e fechos de pasto, vazanteiros, de povos de religião de matriz africana, entre outros.

Participaram do evento pelo Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (NIISA) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) as professoras Andrea Narciso e Felisa Anaya que também são coordenadoras da Nova Cartografia Social em Minas Gerais, acompanhadas dos professores Rômulo Barbosa e Ana Thé vinculados ao Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Social/PPGDS. Também fizeram parte da equipe representantes do Quilombo da Lapinha, da Comunidade Pesqueira e Quilombola de Caraíbas, Pesquisadores do NIISA Elisa Cotta e Carlos Dayrell e Maria Zilah (CPT). 

“Participamos de rodas de diálogos, exposições, feira de troca de saberes e trabalho de campo com o intuito de compreender os impactos de grandes empreendimentos junto as comunidades tradicionais”, disse a professora Andrea Narciso.

Ela acrescentou as atividades desenvolvidas pelo grupo durante o evento “realizamos palestras sobre comunidades tradicionais, divulgamos na Feira de saberes os produtos das comunidades tradicionais, tivemos a oportunidade de dialogar com demais Estados e com a Indonésia e Colômbia sobre os povos tradicionais e intercâmbio de conhecimentos e propostas de continuidade de pesquisas.”

Núcleo de professores da Unimontes durante as ações do projeto na Bahia.

Os painéis e rodas de conversa trouxeram exposições sobre o tema central do encontro: A construção de conhecimentos em situação de conflito, de onde surgiram relatos sobre violências sofridas por pesquisadores e pessoas das comunidades, sobre as pressões vivenciadas pelas disputas dos territórios e os impactos em decorrência dos grandes projetos de produção de energia e mineração.

O evento encerrou no dia 24/09/23, com uma visita de campo à Comunidade Tradicional de Fundo de Pasto Fazenda Quina, impactada pela implantação de uma usina de energia eólica, em Campo Formoso/BA. Jaziel dos Santos Silva que é da comunidade, mestre em extensão rural pela UNIVASF e pesquisador do Núcleo de Estudos em Agroecologia e Nova Cartografia Social – NEA/UFRB coordenou a visita. “Fundo de Pasto é uma denominação que só tem na Bahia, são comunidades que mantêm um território coletivo e pequenas aéreas individuais, em um território sem cercas onde os animais conseguem pastar livremente, nossa principal atividade econômica é a caprinocultura”. Jaziel que também é membro da Articulação Estadual das Comunidades Tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, relata que depois do empreendimento eólico, as cercas foram erguidas e a rotina da comunidade foi alterada.

A visita de campo teve a participação de organizações da Colômbia e Indonésia convidadas pela Fundação Ford, que é uma das apoiadoras do encontro, juntamente com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. A organização do evento foi compartilhada entre os grupos de pesquisa do PNCS: Núcleo de Estudos em Agroecologia e Nova Cartografia Social (UFRB), Grupo de Pesquisa em Ecologia Humana (GPEHA/UNEB); Laboratório de Estudos sobre Ação Coletiva e Cultura (LACC/UPE), Grupo de Pesquisa Etnologia, Tradição, Ambiente e Pesca Artesanal (ETAPA/UFRN), Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (NIISA/UNIMONTES), e Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (UFES).

Fotos/crédito: Divulgação