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Cotidiano da Feira do Major Prates é tema de livro sobre matemática

By DTI

August 08, 2014

A Editora Unimontes lança neste mês, o livro “Fazendo a Feira: Cotidiano e Etnomatemática”, de autoria da professora Shirley Patrícia Nogueira de Castro e Almeida, do departamento de Educação. A publicação foi elaborada a partir da pesquisa sobre a vida e o trabalho dos feirantes e fregueses da Feira Major Prates, realizada aos domingos, sempre pela manhã, em um dos mais populosos bairros de Montes Claros. A autora desenvolveu o trabalho durante o mestrado em Desenvolvimento Social, da Universidade Estadual de Montes Claros. 

A solenidade de lançamento do livro acontecerá no dia 27 de agosto, às 21 horas, durante o IV Congresso em Desenvolvimento Social, que faz parte das comemorações pelos 10 anos de implantação do mestrado próprio em Desenvolvimento Social, da Unimontes. 

Segundo a professora Shirley Patrícia Nogueira de Castro e Almeida, graduada em História e Pedagogia e doutoranda em Educação pela UFMG, a pesquisa foi realizada durante os dois anos em que cursou o mestrado e teve como foco identificar os hábitos e os perfis dos feirantes e fregueses (origem, idade e grau de instrução), as diferentes performances para as vendas, a qualidade dos produtos comercializados e a aplicação da matemática de um modo distintivo. “É o que chamamos de etnomatemática: o modo peculiar que as pessoas têm de medir, calcular, estimar e arredondar de modo a atender o cliente”, explica. 

A abordagem do ponto de vista matemático vai mais além: “fiz uma análise qualitativa dos gestos e vozes das pessoas, o que evidenciou uma utilização eficiente de conceitos matemáticos na prática comercial”. Ainda de acordo com a autora, há famílias inteiras que têm a renda da feira como o “ganha pão”. 

A feira do Major Prates surgiu a partir de um casal com duas bancas de hortaliças, em outubro de 1985. O crescimento contínuo exigiu uma organização do espaço e da atuação dos feirantes. Vinte e dois anos depois foi criada a associação para geri-la. No início desse processo, havia 34 feirantes cadastrados. Hoje, são 147 e há até uma fila de espera para a instalação de novas barracas. 

O espaço atual abrange três quarteirões da Avenida Castelar Prates, entre os cruzamentos com a Avenida Francisco Gaetani e Avenida Olímpio Prates. 

Para a coleta de dados, durante seis meses, a professora Shirley de Castro freqüentou a feira em todos os finais de semana. “Sobre a diversidade de produtos, há de tudo um pouco: hortifrutigranjeiros, cereais, peixes, doces, utensílios de cozinha, roupas, artesanatos, eletrônicos e até sabão fabricado artesanalmente”. Segundo ela, a qualidade de alguns produtos chama a atenção. “Em geral, vêm de propriedades familiares, sem o uso de agrotóxicos ou seguem uma tradição familiar na fabricação”. 

De acordo com os dados da pesquisa, a maior parte dos feirantes tem entre 36 e 44 anos (23,4%). A predominância é de vendedores da zona rural (34,6%). Do próprio Bairro Major Prates são 26,8% dos feirantes e de outros bairros são 33,3%. Um total de 17,9% dos vendedores têm mais de 20 anos de atuação naquele espaço.

Serviço

Lançamento do livro ““Fazendo a Feira: Cotidiano e Etnomatemática”

Autora: Professora Shirley Patrícia Nogueira de Castro e Almeida- Departamento de Educação

Data: 27/08/14

Local: Hall do prédio 06 (CCBS)- Campus-sede

Horário: 21h