Percepção ainda é pequena por parte do consumidor, já que os preços ainda não retornaram aos patamares originais
Abril teve a menor inflação do ano até aqui, conforme relatório divulgado pelo Índice de Preços ao Consumidor, do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (IPC/Unimontes).
O percentual foi de 0,48%, influenciado principalmente pelo grupo Habitação, com a alta dos preços dos materiais de construção, elétricos e hidráulicos: tijolos, esquadrias, fechaduras, cerâmicas, canos, torneiras, tomadas, caibros, portas e janelas. Por outro lado, o custo do cimento sofreu uma leve redução ( -1%).
Já o acumulado em 2021 na maior cidade do Norte de Minas é de 2,34%. Os índices nos meses anteriores foram de 0,61% (janeiro), 0,49% (fevereiro) e 0,75% (março). Na média nacional, medida pelo IPCA e divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (11/5) com base na medição nas principais capitais brasileiras, a inflação foi de 0,31% e o acumulado é de 2,37%.
Segundo o estudo, a queda da inflação de março para abril se deve, principalmente, à redução ou à estabilidade no preço dos alimentos básicos de um mês para outro. O grupo alimentação é o de maior peso no cálculo do IPC/Unimontes. Entre as quedas registradas estão a carne bovina (-0,38%), feijão (-0,63%), arroz (-1,62%), tomate (-1,71%), banana (-5,24%) e batata (-7,41%), entre outros. O pão francês e o óleo de soja mantiveram os preços estáveis.
Outra percepção deste cenário está no cálculo da cesta básica de abril, com variação negativa de – 1,18%. O custo reduziu de R$ 414,02 de março para R$ 409,13 em abril.
“Vilões” no índice anterior, os combustíveis registraram novas altas em abril: gasolina (2,87%), etanol (2,78%) e gás de cozinha (4,35%).
OBSERVAÇÃO
Para a coordenadora do IPC/Unimontes, professora Vânia Vilas Bôas Vieira Lopes, a queda no custo de vida pode não ser perceptiva. “O IPC realmente apresentou o menor índice de inflação até aqui, com queda no custo dos hortifrutis, por exemplo, por causa do período de colheita e da maior oferta, mas vale uma observação. Nos meses anteriores, os preços subiram demasiadamente e, mesmo com a queda de agora, ainda não voltaram ao patamar original de um ano atrás. Por isso, não vejo condições de o consumidor perceber no bolso essa variação negativa que aconteceu em abril”, analisa a pesquisadora.
Desenvolvido há 39 anos pela Unimontes, o IPC é avaliado com base na consulta de preços em 400 estabelecimentos comerciais de Montes Claros, com custo projetado para os consumidores com renda entre um e seis salários mínimos.