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Com o aumento da carne em dezembro, inflação acumulada de 2019 supera os 5%, revela IPC/Unimontes

By Christiano Lopes Jilvan

January 02, 2020

Alta da carne bovina e suína entre novembro e dezembro pesou bastante para o índice final da inflação em 2019 na maior cidade do Norte de Minas (Foto: Christiano Jilvan)

Chegou a 5,08%, o índice da inflação acumulada em Montes Claros no fechamento de 2019. A divulgação é do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), projeto do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros. Em nível nacional, a inflação do ano encerrou em 4,1%, segundo do Índice de Preços ao Consumidor Aplicado (IPCA), calculado pelo IBGE.

O percentual em Montes Claros poderia ter sido menor, dentro da projeção de 4,32% para o interior do País, se não fosse dezembro, que teve a maior inflação se comparado aos demais meses do ano. O último mês atingiu o percentual de 1,19% (contra apenas 0,13% de novembro passado). A explicação está no aumento considerável do preço da carne bovina, aves, carne suína e dos pescados, uma vez que o grupo Alimentação é o que tem a maior influência no cálculo do IPC.

“VILÔ

Aliás, este foi o dezembro de maior inflação nos últimos cinco anos (entre 2015 e 2019). “Somente a carne bovina, que é a preferência dos consumidores, teve um aumento de 25% dentro do mês, considerando que as demais proteínas animais também subiram de preço de novembro até aqui”, explica a professora Vânia Vilas Boas, responsável geral pelo IPC/Unimontes.

Leia o relatório completo do IPC – Dezembro/2019 (PDF)

Ela lembra, ainda, que outros itens alimentícios de maior consumo como tomate (39,26%), abóbora (28,5%), batata (15%), feijão (15,39%), banana (14,33%), por exemplo, tiveram altas consideráveis, o que contribuiu “para a maior inflação entre todos os meses do ano”. Aliás, dezembro foi o único que superou a marca de um ponto percentual.

PECULIARIDADES – A professora Vânia Vilas Boas identifica três pontos básicos que influenciaram também na alta dos alimentos e das carnes. “Além da oferta menor destes itens no mercado, houve a alta do dólar e, ainda, a questão climática. O tempo maior de estiagem compromete a produção agropecuária já que grande parte do mercado consumidor local é abastecida pelos produtos da própria região do Norte de Minas”, exemplifica.

COMPARATIVO

Na análise do índice geral dos últimos cinco anos, 2019 foi o de segunda menor inflação (à frente somente de 2017, que teve índice de 4,03%). Nos demais anos foram os seguintes índices: 11,33% (2015), 8,55% (2016) e 5,93% (2018).

A queda na comparação de 2018 (5,93%) com 2019 (5,08%) deve-se ao controle maior dos preços dos itens que compõem a cesta básica neste período, conforme explica a professora Vânia Vilas Boas. “Em cinco meses de 2019, por exemplo, analisando somente os itens que compõem a cesta básica, houve deflação”.

COMPARATIVO DEZEMBRO

Dezembro/2015 – 1,04%Dezembro/2016 – 0,57%Dezembro/2017 – 0,10%Dezembro/2018 – 0,57%Dezembro/2019 – 1,19%

COMPARATIVO – 2019

Janeiro – 0,64%Fevereiro – 0,65%Março – 0,92%Abril – 0,42%Maio – 0,34%Junho – 0,13%Julho – 0,15%Agosto – 0,34%Setembro – 0,11%Outubro – 0,74%Novembro – 0,19%Dezembro – 1,19%

COMPARATIVO – Inflação Acumulada Anual2015 – 11,33%2016 – 8,55%2017 – 4,03%2018 – 5,93%2019 – 5,08%