Com uma análise dos efeitos dos indicadores contábeis considerados tradicionais no Spread bancário, o administrador João Guilherme Magalhães Timotio, egresso da Universidade Estadual de Montes Claros, conquistou o segundo lugar nacional do Prêmio de Economia Bancária (categoria Monografia), promovido pelo Instituto de Educação da Federação Brasileira de Bancos (INFI/Febraban). A comenda foi entregue no último dia 9, em evento em São Paulo/SP.
O prêmio está na sétima edição e é concedido a trabalhos universitários como dissertações, teses e artigos em temas associados a “Crédito Bancário”, “Spread”, “Regulação do Sistema Financeiro” e “Taxas de Juros”. Pelo segundo lugar na categoria “Monografias de Graduação”, João Guilherme recebeu uma premiação de R$ 2 mil e uma bolsa integral para um “Summit” (capacitação profissional) ministrado pelo INFI.
Com o título “Os Efeitos dos Indicadores Contábeis Tradicionais no Spread Bancário dos Bancos Brasileiros: uma Análise de Dados em Painel de 2006 a 2014”, o estudo foi orientado pelo professor Geraldo Alemandro Leite Filho, do Departamento de Ciências Contábeis da Unimontes, e foi desenvolvido durante seis meses até o formato final.
Segundo João Guilherme, graduado ao final de 2015, os dados analisados referem-se aos 24 principais bancos brasileiros que estão listados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), sob os seguintes aspectos: “Liquidez”, “Rentabilidade”, “Estrutura e Capital”.
“Procurei saber quais eram os impactos dos indicadores contábeis na formação do “Spread”. E por que isto? A maioria dos estudos relacionados à formação do “Spread” utiliza variáveis macroeconômicas para efeito de explicação. O diferencial está na utilização em variáveis internas de cada instituição”, explica o novo administrador.
Ele revela que a temática Economia Bancária especificamente sobre “Spread Bancário” não é um assunto diretamente ligado ao curso de Administração. “Realmente não há uma disciplina específica sobre o assunto, mas como já vinha estudando economia bancária – e com o contato maior com as finanças e seus desmembramentos dentro de discussões temáticas dentro da graduação – procurei conhecer mais sobre o ‘Spread’ e optei em desenvolver o tema”, acrescentou.
Mestrando em Desenvolvimento Social na própria Unimontes, o jovem pesquisador aponta, na conclusão da monografia, que o Brasil possui a segunda mais alta taxa de spread do mundo, daí a importância de analisar os formadores de tal variável. E completa: “os bancos ganham tanto com a alavancagem (técnica para multiplicar a rentabilidade) quanto com variáveis relacionadas à rentabilidade propriamente dita. E mais: ainda conseguem manter uma liquidez considerada satisfatória”.
O pesquisador reconhece que o prêmio concedido por uma das instituições mais importantes no mercado financeiro abrirá portas acadêmica e profissionalmente. “A Febraban está entre as maiores referências no assunto”.