Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes

Colóquio evidencia discussão sobre comunidades tradicionais nos níveis nacional e internacional

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) recebe lideranças de povos tradicionais de Minas Gerais e de várias partes do Brasil, juntamente com professores e pesquisadores de importantes universidades do País e de outros países como Alemanha, Suíça, França e Colômbia. Eles participam do IV Colóquio Internacional de Povos e Comunidades Tradicionais, aberto nessa terça-feira (30/8) à noite e que prossegue até esta sexta-feira (2/9), no auditório Mário Ribeiro da Silveira (prédio 6 do campus-sede).

“Este evento projeta a Unimontes no Brasil e no exterior, divulgando a universidade como um lugar de excelência nas discussões que provocam impactos na melhoria de vida das comunidades tradicionais”, avalia a professora Isabel Brito, coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental (Niisa), um dos grupos de pesquisa responsáveis pela organização do colóquio.

O evento movimenta a universidade com quase 500 participantes – 60% a mais do que o previsto –, entre representantes de quilombolas, ribeirinhos, agricultores familiares, vazanteiros, indígenas, pescadores artesanais e outros povos tradicionais. O tema central das palestras, conferências e debates é “Estado, Capital e Territórios Tradicionais: Dinâmicas Territoriais em Disputa”. Também está em destaque a apresentação de 158 trabalhos científicos nos formatos em pôsteres e em sessões de comunicação oral, inscritos por professores, pesquisadores e estudantes de cursos de graduação, de especializações de mestrados e doutorados.

Confira

As apresentações de trabalhos prosseguem até a quinta-feira. Os eixos temáticos relacionados são “Identidade, Migrações, Território e Cultura”, “Educação, Saúde e Saberes Tradicionais”; “Políticas Públicas, Sociobiodiversidade e Sustentabilidade” e “Economias”.

“A proposta do Colóquio é uma promover uma articulação entre a academia e as lideranças populares, visando o fortalecimento das comunidades tradicionais”, enfatiza a professora Isabel Brito. Ela lembra que o encontro reúne lideranças e povos tradicionais do Maranhão, Espírito Santo, Tocantins, Bahia e do Paraná, além de representantes de várias comunidades do Norte de Minas.

OPORTUNIDADE DE DIÁLOGO

Pesquisador da temática, o professor e antropólogo João Batista Almeida Costa destaca que o colóquio internacional promovido pela Unimontes tem grande relevância por viabilizar um diálogo entre os componentes da academia com os representantes das comunidades tradicionais. “Este evento coloca a academia e os agentes sociais e econômicos em interação com as comunidades tradicionais, propiciando a leitura dos processos vivenciados por essas populações. Desta forma, projeta um novo futuro em torno da situação das comunidades tradicionais”, observa o antropólogo.

Ele salienta que a iniciativa tem grande significado para o desenvolvimento do Norte de Minas. “Nesta região, há inúmeras tradicionalidades e um movimento extremamente forte em torno da questão. O colóquio internacional foi estruturado para valorizar tais tradicionalidades. No evento, representantes da academia e das comunidades são colocados em contato direto com as entidades internacionais que financiam projetos sociais e de desenvolvimento, voltados para a promoção da justiça social”.

A iniciativa também foi enaltecida por professores e pesquisadores renomados que estão na Unimontes como convidados para palestras e debates. Um deles é Aderval Costa Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele lembra que o encontro tem grande significado por debater os direitos dos quilombolas, indígenas e de outros povos. “O Brasil é um país mega adverso, tanto do ponto de vista social como na questão ambiental. Um quarto do território nacional é ocupado pelas comunidades tradicionais, que envolvem em torno de cinco milhões de famílias e 25 milhões de pessoas. Colocar a problemática desses povos é fundamental para o desenvolvimento do País”, considera o especialista.

ORGANIZADORES

O IV Colóquio Internacional de Povos e Comunidades Tradicionais é realizado pela coordenação do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Desenvolvimento Social da Unimontes – em parceria com a Universidade de Kassel (Alemanha). A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM) e os grupos de pesquisa Niisa (Núcleo Interdisciplinar de Investigação Socioambiental) e pelo Projeto Opará (Grupo de estudos e pesquisas sobre comunidades tradicionais do Rio São Francisco) – ambos da Unimontes –, além da Igreja Suíça de Evangelização (Heks Eper).