A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) realiza uma série de estudos sobre o “feijão-caupi”, conhecido popularmente como “feijão de corda” (Vigna unguiculata), que é cultivado e consumido no Norte de Minas. As pesquisas acontecem no Campus de Janaúba, com a participação professores e alunos do curso de Agronomia e do mestrado em Produção Vegetal no Semiárido, e tem como objetivo central disseminar a cultura do grão no Norte de Minas, especialmente junto aos pequenos agricultores para geração de renda, como alternativa também aos grandes produtores.
O “feijão-caupi” (Corda) ainda é conhecido como feijão Macassar. A maior produção no Brasil concentra-se no Nordeste, com 84% da área plantada e 68% da produção nacional. No Estado, diante das características de solo e de clima, o Norte de Minas destaca-se como a principal consumidora do alimento, mas ainda não tem uma produção em escala.
A cultura é estudada pela Unimontes desde 2011, em parceria com a Embrapa/Meio Norte. “Realizamos os estudos sobre o melhoramento genético e o manejo de plantas daninhas”, explicou o professor Abner Carvalho, do departamento de Ciências Agrárias da Unimontes. Numa das conclusões, segundo o estudioso, as pesquisas evidenciam que o “feijão-caupi” vem sendo cultivado na região norte-mineira apenas pela agricultura de subsistência (familiar), mas pode vir a ser explorado pelos grandes produtores para produção em larga escala.
“Ainda que em nossa região seja explorado em sistemas de produção tradicionais, em um mercado restrito e destinado à agricultura de subsistência, o “feijão-caupi” passou a ter maior expressão econômica nos últimos anos porque a sua área de produção em nível nacional aumentou. Já corresponde a dois terços da produção de feijão do Nordeste e um terço da produção do País”, analisa Abner Carvalho.
Resultados
O professor Abner Carvalho explica que uma das principais decisões no congresso em Recife foi a sugestão para que seja criada a associação nacional para estudar a cadeia produtiva do “feijão-caupi”. “A idéia é que essa associação reúna os principais pesquisadores e produtores ligados à cultura, de maneira a direcionar as pesquisas e recomendações para a plantação em cada região do Brasil”, observou
“Os pesquisadores da Unimontes que trabalham com a cultura poderão ter maior contato com pesquisadores nacionais e internacionais, o que facilitará a realização de novas pesquisas a respeito da espécie no âmbito da universidade”, finalizou Abner. Em 2011, foram colhidos no Brasil aproximadamente 1,6 milhão de hectares desse tipo de feijão, com produção de 822 mil toneladas e uma média de 525kg/ha.