Uma equipe formada por 10 alunos do 6º e 7º períodos e um egresso do curso de Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) atravessou o País para uma série de atividades acadêmicas e de extensão. O grupo viajou 4.030 quilômetros até Manaus, capital do estado do Amazonas, para ampliar os estudos, além de desenvolver trabalhos de campo e ações de extensão sobre a região amazônica.
“O objetivo principal foi de analisar a Região Amazônica a partir das dimensões ambientais, econômicas e sociais, além de debater a temática indígena e agrária a partir dos movimentos sociais naquela porção do Brasil”, explica o professor Gustavo Henrique Cepolini Ferreira, professor da disciplina “Geografia do Brasil – Amazônia” e que foi responsável pela supervisão dos trabalhos.
Em cinco dias, entre 12 e 17 de outubro, o grupo norte-mineiro esteve em 23 locais em Manaus, além de visitar mais três municípios amazonenses: Carreiro da Várzea, Presidente Figueiredo e Iranduba.
“Traçamos outras metas com a viagem: contextualizar a Amazônia como região e fronteira no bojo das análises da Geografia Regional e Humana e conhecer algumas instituições inerentes à Amazônia Legal com destaque para Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Amazônia (IFAM)”, acrescentou Cepolini.
Segundo o professor, os próprios alunos se dispuseram a custear as despesas da viagem. Durante a atividade, o grupo da Unimontes contou como apoio dos professores Tiago Maiká Muller Schwade, da UFAM; e Michéli Lima Schwade, do IFAM.
ROTEIRO
Além da atividade de observação, os alunos tiveram a oportunidade de acompanhar palestras e explanações. Entre os locais visitados estão o Bosque da Ciência/INPA, Sítio Arqueológico Indígena (urnas funerárias), Gruta Galo da Serra, Encontro das Águas (Rio Negro/Rio Solimões), Museu do Homem do Norte, Porto e Mercado Municipal de Manaus, Praia Açutuva e Teatro Amazonas, além da Zona Franca de Manaus e do Parque Municipal Mindú.
“Um trabalho de campo como este te permite, ainda, interpretar e comparar o patrimônio arquitetônico e ambiental de Manaus como centro urbano e econômico da Amazônia”.
DEPOIMENTOS – Os alunos do 7º período do curso de Geografia que participaram da viagem de estudos destacaram a importância da experiência para a formação e a possibilidade de ampliar conhecimentos. “Para nós, futuros geógrafos, o trabalho de campo é uma oportunidade de vivenciar na prática o conhecimento teórico visto em sala. A meu ver, foi um trabalho extremamente produtivo, pois nos possibilitou conviver, ainda que por pouco tempo, com uma realidade muito diferente da nossa. Contribuiu significativamente para o meu crescimento acadêmico, profissional e pessoal”, afirma a acadêmica Carla Marques.
“O trabalho de campo é o momento de associar a teoria à prática. A atividade realizada em Manaus foi palco de uma construção política, cultural e social em minha vida. Assumo um novo olhar para a Geografia diante das paisagens que presenciei, abrindo, assim, um leque de oportunidades e desafios na minha vida acadêmica”, considerou o aluno Marcos Vinicius Gusmão.
“A viagem foi de suma importância para o aprendizado prático; uma grande conquista profissional e de satisfação pessoal”, declarou o estudante Mateus Mamoulian. “Foi algo marcante”, concordou Juliana Soares.
Matheus Oliva Ruas ressaltou: “vontade, conhecimento e ousadia foram as palavras que nortearam esse trabalho de campo desde o início. Conhecer Manaus me fez ter outro olhar sobre a região Norte; simplesmente o melhor trabalho de campo da minha graduação”.
“O trabalho de campo é a alma da Geografia. A propósito, esta disciplina depende deste recurso empírico como processo de aprendizagem”, avaliou o universitário Cleiton Ferreira dos Santos, também do sétimo período.
ECONOMIA DA AMAZÔNIA E PRESERVAÇÃO
A acadêmica Jaqueline Aparecida Gonçalves Machado, do sexto período do curso de Geografia ministrado pela Unimontes em Pirapora, ressaltou a importância de conhecer a economia de Manaus e da Região Amazônica. “Participar do trabalho de campo em Manaus foi uma experiência ímpar: o desenvolvimento econômico que a Zona Franca trás para a região, as particularidades culturais do povo amazonense, o trabalho para a preservação da cultura indígena, da fauna, flora e tantas outras coisas que nos foram apresentadas”, disse.
Ela acrescentou: “chamou a atenção a realidade bem diferente do que eu esperava encontrar, a forma de como vivem as pessoas, a diferença entre ribeirinhos e as pessoas que vivem na cidade. Foi muito gratificante conhecer muito mais sobre os povos Manauaras”.