Promotora do Expresso, a Fiocruz é referência internacional em estudos sobre os barbeiros transmissores da doença de Chagas (Divulgação)

Tudo o que você precisa sobre a Doença de Chagas da maneira mais didática e lúdica possível, com dicas sobre prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e qualidade de vida. Esta será uma das atrações especiais logo no primeiro dia do quarto Festival de Inverno, em Grão Mogol, com a chegada do “Expresso Chagas”, projeto gratuito que tem a Universidade Estadual de Montes Claros como parceira da Fiocruz Rio, Associação Rio Chagas, UFMG e Fiocruz Minas – que são as promotoras da iniciativa.

A cidade será a primeira das cinco sedes previstas para receber o projeto, com atividades entre a quinta-feira (18) e o sábado (20/7), na Escola Oswaldo Simões. Inspirada em uma locomotiva com vagões sequenciados, as salas de aula serão transformadas em laboratórios para a visita interativa de crianças, jovens e adultos da comunidade em geral, com todos os detalhes sobre a Doença de Chagas.

Os trabalhos serão conduzidos por 50 pesquisadores de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, que definiram as sedes do “Expresso” com base nos registros endêmicos da doença em Grão Mogol e nas demais sedes do projeto: Espinosa (22 e 23/7, na Escola Municipal Pequeno Príncipe), Montes Claros (24 a 26, na sede da Unimontes), Lassance (27/7) e Belo Horizonte (28 e 29, na UFMG).

A preocupação da equipe é mudar a cultura de prevenção junto ao público em geral, tendo em vista que “o padrão da doença mudou” e já há a incidência de várias espécies do barbeiro transmissor nas áreas urbanas – como consequência, especialmente, da crise ambiental provocada pelo desmatamento desordenado. Outra meta é popularizar a ciência por meio da arte, sensibilizando a população sobre a importância de se fazer o teste diagnóstico, e em caso positivo, fazer o tratamento e o acompanhamento que é disponibilizado gratuitamente pelo SUS.

COMO SERÁ

Os visitantes receberão uma espécie de passaporte, que funcionará como senha para acesso a cada um dos laboratórios. Os seis espaços foram divididos por temas e no primeiro deles a pessoa poderá conhecer mais sobre a Associação dos Portadores de Chagas e detalhes do médico e cientista Carlos Chagas, com a apresentação de sua biografia. Em 2019, completa-se 110 anos da descoberta da transmissão da doença em um laboratório improvisado pelo cientista num vagão de trem, em Lassance (Norte de Minas).

No segundo laboratório/vagão, intitulado “O parasito e o Barbeiro”, serão instalados microscópios para a identificação do parasito que causa a doença de Chagas e o barbeiro, além de pequenas palestras sobre como é feito o diagnóstico e tratamento da doença. Existe, ainda, a possibilidade de coleta de sangue para diagnóstico da doença.

O terceiro espaço terá uma artéria gigante e a população poderá conhecer como o organismo reage a partir da doença, além de oficinas de desenho, brinquedo e de música. Nos pacientes chagásicos, são acometidos o esôfago, coração e intestino, que aumentam de tamanho com o passar dos anos. No quarto laboratório, o “Biodiversarte”, dicas sobre como evitar o contacto e a incidência dos barbeiros, simulação de uma casa infestada, quais os tipos de barbeiros predominantes em Minas Gerais e como coletá-los em caso de suspeita (os insetos não devem ser exterminados e, sim, recolhidos vivos e encaminhados ao posto de informação em triatomíneos para análise se estão contaminados ou não).

Nos demais laboratórios, os pesquisadores vão destacar quais os exercícios físicos ajudam a melhorar as condições de saúde para os portadores e quais são as terapias alternativas para doença (como a aromaterapia e a musicoterapia, dentre outras), além de divulgar as pesquisas atuais propriamente ditas e relatos e histórias de populares. O visitante poderá também fazer uma selfie com Carlos Chagas, um desenho inspirado em Carlos Chagas e avaliar como foi a experiência.

“Diante das mudanças nos últimos anos sobre a incidência e as variáveis de barbeiros que se tornaram transmissores, diria que o estudo da doença de Chagas é um processo permanente de busca. O Expresso abrange propositalmente as cidades endêmicas com alto número de portadores e de barbeiros que estão infestando os domicílios e propõe encontrar as pessoas que estão na fase indeterminada da doença e, infelizmente, ainda não sabem que são positivas”, explica a professora doutora Thallyta Maria Vieira, uma das 20 integrantes da Unimontes na equipe do Expresso.

A Universidade Estadual de Montes Claros estará representada por professores pesquisadores, bolsistas de iniciação científica do curso de graduação em Ciências Biológicas (licenciatura e bacharelado) e mestrandos e doutorandos do Programa Stricto sensu em Ciências da Saúde, com o apoio do projeto SAMI-TROP (tem como objetivo aprofundar os conhecimentos sobre a doença de Chagas).

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